"PELA EMANCIPAÇÃO HUMANA"

PELA EMANCIPAÇÃO DA CLASSE TRABALHADORA,

PELA LIBERTAÇÃO DO OPRIMIDO EM TODO O MUNDO,

PELO FIM DO RACISMO E DO MACHISMO,

POR UM HIP HOP COMBATENTE E NÃO SUBSERVIENTE,

A LUTA CONTINUA!!!

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segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

O FORÇA ATIVA E A QUESTÃO RACIAL

Por Wellington Lopes Goes


Segundo Marx “[...] A descoberta de ouro e prata na América, a extirpação, escravização e sepultamento, nas minas, da população nativa, o início da conquista e saque das Índias Orientais, a transformação da África num campo para a caça comercial aos [pretos], assinalaram a aurora da produção capitalista. Estes antecedentes idílicos constituem o principal impulso da acumulação primitiva (Marx: O Capital, Vol. I) [...].


“Uma revolução sem os pretos, no caso brasileiro e na América em geral, é uma revolução que já nasce morta”

Não tratamos a questão racial isolada, assim como não partimos do indivíduo isolado, atomizado, entendemos que o ser social está inserido em múltiplas relações e que na sociedade capitalista este ser se constitui cada vez mais, preso na sua individualidade e no egoísmo típico dos valores consagrados do capital, ou seja, da sociedade de classes.

Mas ao tentarmos entender a nossa realidade, enquanto população preta, que requer um esforço, onde a chave está na formação social do Brasil, não caímos em teses consagradas que fizeram análises do Brasil com o referencial eurocêntrico, tendo como espelho a lutas de classes na Europa, parte da esquerda e da própria intelectualidade de esquerda não conseguiram entender a dinâmica das lutas de classes no Brasil, tendo como foco a industrialização, fazendo uma leitura separada da escravização do povo africano na América e sem relacionar com o capitalismo impulsionado na Europa pelo colonialismo.

Fazer o combate a essas teses consagradas, (grande parte sob orientação da III Internacional Stalinista) e não cair em modelos epistêmicos requer partir do referencial da “via colonial” , o caminho específico do Brasil para o capitalismo, entendo o Brasil inserido em dois movimentos:
1. Como que os mais de três séculos de escravidão estiveram ligados com o processo de acumulação primitiva do Capital.
2. Como que Internamento o Brasil foi se organizando para o Capitalismo quando resolve abolir a escravidão na condição de ultimo país.

Partindo desta análise temos condições de entender qual o papel do racismo nesta sociedade e os efeitos que este produz, entendemos o racismo como produção da sociedade capitalista e não natural em todas as sociedades.

Trabalhamos para a superação do antagonismo entre trabalho e racismo, uma vez que só o trabalhador pode afirmar o gênero humano, por tanto a emancipação pressupõe o rompimento da alienação e do estranhamento do ser para com o próprio ser, sendo assim o racismo se enquadra nas barreiras criadas pelo capital que limita qualquer tipo de projeto unificado no sentido de trazer para o centro a afirmação da “humanidade sofredora” (Marx: Manuscritos Econômico-Filosóficos), neste sentido fica a tarefa de quem luta pela emancipação humana o combate ao racismo, logo a luta contra o racismo deve ter como norte a emancipação humana.


O referencial da “via colonial” foi sugerido por Chasin no livro sobre o “Integralismo de Plínio Salgado”, onde o autor traz a necessidade de entender qual o caminho trilhado pelo Brasil para a constituição do “verdadeiro capitalismo”. Ver também “A miséria brasileira”.

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